sexta-feira, 25 de julho de 2008

O Povo em Campo

Se a árvore se conhece pelos seus frutos, é das raízes que os frutos e toda árvore se alimentam.
Quem quer que tente explicar ou entender a mística Corinthiana, esse fenômeno que não podemos nem conseguimos explicar a nós mesmos, e chamamos de religião, no sentido de algo que nos religa a uma aspiração maior e coletiva, com ídolos, altares, devoções, cultos e sacrifícios; quem quer que adentre este labirinto de mistério brumoso em busca da luz da revelação irá encontrar, na raíz de tudo, o Povo.
O Corinthians não é simplesmente um clube popular. O Corinthians é o Povo.

Quando operários do Bom Retiro inventaram a camisa branca com calção preto, nada disso que conhecemos teria ocorrido se além de um sonho e de uma ilusão juvenil, e se ao lado dessa ilusão e desse sonho não existisse uma força espontânea: a Força do Povo.
Os primeiros passos do Glorioso tiveram de sobrepujar não apenas as dificuldades inerentes à sua própria frágil estrutura, mas também o clima de exacerbação que afetava o futebol de Piratininga.
A rigor, qualquer clube de operários não podia ter outras pretensões que não fosse se divertir pelas várzeas da cidade. Era um tabu.
O Corinthians quebrou este tabu, mas sem dúvida teve de fazer das tripas coração para levar o povo além da várzea. Se não fosse o Corinthians, o futebol estaria sob o domínio do marasmo. E foi do Corinthians que nasceu a referência. A regra básica para se jogar nesse novo team era simples e objetiva: quem fosse bom de bola e não afinasse nas divididas tinha vaga na equipe.Não existia compadrio. E quando faltava sabão para lavar as camisas, todos os Corinthianos lutavam para não deixar o Coringão afundar.O Corinthians chegou às estrelas pelo caminho da árdua luta.

Um comentário:

Craudio disse...

"quem fosse bom de bola e não afinasse nas divididas tinha vaga na equipe."

É esse o espírito, dentro e fora de campo. A molecada tem que aprender.

VAI CORINTHIANS!