Longe de casa, Timão disputa maior clássico do futebol brasileiro

O clássico entre Corinthians e seu maior rival foi parar em Presidente Prudente, a 565 km de São Paulo. Para entendermos o que aconteceu, é preciso saber que em um certo estádio paulistano foi implantada uma “arquibancada especial”. Estádio este que seria o palco natural para este jogo, mas que agora não pode mais ter sua arquibancada dividida igualmente entre duas torcidas, como seria a praxe. Corinthians e seu maior rival decidem, então, não dar visibilidade nem lucro ao lugar que não merece, e assim deixam de alugá-lo.

Um grupo de empresários da cidade de Prudente, junto com a prefeitura, propuseram então bancar os dois times. O fator Corinthians, mais sua mini-temporada naquela cidade, acarretou em uma indústria de turismo incomum, e todo o comércio acabou lucrando. A emissora de televisão que transmite o Campeonato Paulista também foi favorável à mudança, até porque Ronaldinho (Ronaldo é um só) Fenômeno pode estar em campo.

Clássico que está no imaginário do povo paulista e brasileiro como nenhum outro. Clássico que sempre mobilizou multidões, e que sempre engasgou o torcedor que vive o clube dias antes de acontecer.

Por tudo isso, as diretorias decidiram criaram um logo que o representasse mercadologicamente. Desnecessário para os torcedores, mas pode ser lucrativo para os clubes, para a emissora e, obviamente, será para o futebol brasileiro.

Há também o troféu, a ser levado pelo vencedor da partida, e que volta a ser disputado sucessivamente nos próximos embates. Talvez a mais bonita das idéias, principalmente por reviver uma tradição tão antiga quanto a própria várzea, berço de nosso futebol. Quando dois varzeanos partiam para o embate nas quatro linhas, algo estava em disputa. Normalmente um troféu. Na maioria das vezes oferecido por alguma empresa, veículo de comunicação ou personalidade.

São 92 anos de história e uma rivalidade mitológica.

Em números gerais, é verdade que o rival possui certa vantagem. Que passa a ser do Corinthians quando falamos dos confrontos pelos Campeonatos Paulista (69V, 56E, 67D) e Brasileiro (12V, 11D, 10E). Se tomássemos os números a partir do momento em que o rival mudou de nome, veríamos ampla vantagem do Coringão. Além de termos os quatro principais goleadores: Claudio, Baltazar, Luizinho e Teleco. E as duas maiores séries invictas no confronto, ambas de dez partidas.

Terem duas das principais derrotas da história alvinegra - nas penalidades, após resultados iguais - é razão de vida para os rivais, mas sabemos que não acabou por aí. Ainda mais para este que é o maior clássico do Brasil e talvez até o maior clássico do mundo.