Cadê o nosso estádio?

Em 2006, torcedores corinthianos se uniram e montaram uma cooperativa com a intenção de construir o um estádio para o Corinthians, o Fielzão. A Cooperfiel pretendia arrecadar uma grande quantia a partir da colaboração da nação corinthiana. Dois anos depois, o projeto deixou de existir e o dinheiro arrecadado foi repassado ao clube, que investiu em equipamentos de musculação.

O Informativo da Fiel procurou um dos idealizadores da Cooperfiel, Roberson de Medeiros, 31 anos, para saber por que a cooperativa não deu certo.

IF – Durantes esses dois anos, quanto foi arrecadado pela Cooperfiel?
Arrecadamos em torno de R$ 40 mil em dinheiro. Desses, R$ 17 mil foram usados na confecção de 2 mil camisetas, 5 mil revistas, 1.700 adesivos e também um bandeirão de 30 m X 40 m para ser utilizado no Pacaembu.

IF – Por que pararam com o projeto?
O projeto começou bem, explodiu na mídia e aguçou a curiosidade e agressividade dos mandatários do nosso glorioso Coringão. Mas ao longo do tempo, encontramos três problemas. O mais grave de todos foi não ter tido o apoio do clube, que fechou as portas e acabou barrando as expectativas que tínhamos de conseguir exposição na mídia. Não para a Cooperativa, mas para o projeto. O ex-presidente Alberto Dualib nos tachou de aproveitadores e, em contrapartida, recebemos apoio do Neto e do Dr. Osmar de Oliveira. Tivemos também um voto de confiança de Andrés Sanchez, que se tornou nosso conselheiro fiscal -tínhamos aberto três vagas no nosso conselho: uma para a situação, uma para a oposição e outra para um representante das organizadas.

Outro problema foi não ter conseguido o apoio de todas as organizadas. Nos Gaviões da Fiel, por exemplo, alguns eram a favor, outros não, e por isso nunca foi decidido apoio ao projeto. Se as organizadas tivessem caído de cabeça isso poderia ter tido uma amplitude inimaginável, pois os torcedores organizados cruzam o país de norte a sul, de leste a oeste, e a disseminação da informação seria muito maior.

Mas o fator determinante para o encerramento das atividades foi a queda para a segunda divisão. O estádio ficou em segundo plano. Como cobrar de todos um estádio em um momento delicado como aquele? Não fazia mais sentido. O tempo foi passando, o projeto foi esfriando e as pessoas que participavam ativamente na cooperativa foram se distanciando. Ficou difícil um projeto dessa amplitude ser tocado por poucas pessoas (apenas duas: eu e Luis Gustavo), que precisavam trabalhar para sustentar família.

IF - O que foi feito com o dinheiro arrecadado pela Cooperfiel?
Os R$ 23 mil restantes em caixa estão sendo utilizados da seguinte forma: doação ao Corinthians para a compra de equipamentos de musculação, doação de 5% do caixa para instituição de caridade, conforme estatuto, e pagamentos para o encerramento da Cooperativa (taxas, serviços e contratos em aberto, como o com os correios para entrega de materiais).

IF - Agora que o Corinthians apresentou uma proposta de estádio, vocês acreditam que ele possa sair do papel?
Eu acredito que esta proposta do estádio na Marginal Tietê possa sair, sim. Junto com outras pessoas, estou acompanhando os detalhes e vemos que ele está bem encaminhado. Caso não saia, devemos como torcedores, cobrar até o final.

IF - A diretoria do Corinthians incorporou alguma idéia do Fielzão na proposta de estádio?
Somente no projeto do Edgar Ortiz. O CORINGÃO teria 77 mil lugares, ou seja, uma alusão ao campeonato de 1977.