quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O time do povo


Feita a reunião de fundação, escolhido o nome, assinada a ata,pensado e redigido o estatuto do Corinthians, os fundadores abarcavam os fiéis de primeira hora e tornavam a utopia um embrião de realidade. A semente mitológica, após ser depositada em solo arado e rico em nutrientes (Ó Várzea!), pôde brotar. E time de várzea não treina, joga. Como um autêntico clube varzeano, o Corinthians partiu para o seu primeiro jogo com a cara e a coragem.
Começou formando um Timão a partir da experiência sabida de cada jogador. Conheciam-se os craques, e esses haviam sido convidados a jogar no novo clube. Houve uma peneira, ainda que não haja documentos históricos a comprová-la. Marcaram o primeiro jogo. Enfrentar o União era em si uma enorme temeridade. Ele havia faturado muitas do Botofogo, era uma equipe excelente que goleava o adversário. O União havia chegado à segunda divisão da Associação Paulista de Esportes Athleticos, contando com Américo Fiaschi.
Ele percebera que o Glorioso estava destinado a ser o Timão da cidade, pois em volta do campo já havia muita gente para um jogo de várzea qualquer (em 1913 ele também viria a vestir o Manto do Guerreiro, tendo respeitado desde o princípio).
O primeiro time do Glorioso tinha Valente no gol, Perrone (capitão) e Atílio; Lepre, Alfredo e Police; João da Silva, Jorge Campbell, Luiz Fabi, César Nunes e Joaquim Ambrósio.
O resultado foi favorável ao União: 0 a 1. Mas foi tão duro, tão difícil, tão suado, tão magro, que a sensação era de que se o vento soprasse para um lado com mais força, o placar virava No final, houve cervejada, recreação entre os operários e rojões.

Nenhum comentário: