... que o Corinthians está disputando o Campeonato Paulista Feminino e é o segundo colocado da Chave B? Em 2007, a diretoria do clube resolveu reformular o time feminino e contratou novas jogadoras. “A idéia é que a gente dispute apenas campeonatos oficiais”, conta a zagueira Juliana Cabral, que já foi da Seleção Brasileira.
O Campeonato Paulista de Futebol Feminino é o único oficial que ocorre regularmente, desde 2004. Ele é organizado pela Federação Paulista de Futebol e pela Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo do Estado de São Paulo. No ano passado a Confederação Brasileira de Futebol organizou a Copa do Brasil Feminina, mas esse ano não há previsão de que seja feita novamente, segundo a própria CBF.
No Brasil, o futebol feminino recebe quase nenhum investimento, em todos os sentidos. Poucos clubes remuneram suas jogadoras por falta de patrocínio. Um patrocínio não chega a superar os R$ 10 mil e quem recebe ajuda de custo para jogar não ganha mais do que R$ 300. No Corinthians, a idéia é profissionalizar o futebol feminino e torná-lo competitivo, mas para isso seria preciso criar também um calendário de jogos. Depois do Campeonato Paulista, se a CBF não se pronunciar em relação à Copa do Brasil, o que farão as atletas no período sem jogos? “Pensamos em disputar amistosos internacionais e nacionais”, cogita Juliana.
Na televisão, a divulgação é pouca. Nem clube, nem atletas recebem pelo direito de imagem e as partidas são transmitidas pela Rede Vida, canal UHF ou a cabo. “A audiência ainda é pequena se comparada ao futebol masculino, mas a audiência tem aumentado a cada jogo”, garante Luis Carlos Fabrini, narrador e comentarista do canal.
E se a divulgação é pequena nos veículos de imprensa, o que falar do público? “Tirando os parentes das meninas, o número de torcedores chega a 10 ou 15 por partida. É quase zero”, lamenta Juliana. A quantidade ínfima da torcida assusta se pensarmos no tamanho da Nação Corinthiana. Boa parte dos jogos ocorre em um Pacaembu quase totalmente vazio. Nossa casa que lota quando é para prestigiarmos o futebol masculino.
Fica o chamado: está na hora de olharmos para as nossas meninas que estampam no peito o mesmo escudo dos homens. Atletas que levam o nome do nosso Corinthians e que, sem nenhum holofote, estão fazendo um bom trabalho nesse Campeonato Paulista. E que jogam, acima de tudo, por amor à camisa, ao futebol. Porque o dinheiro no Futebol Feminino sempre ficou para escanteio.
Amor ao Timão
Juliana Cabral cresceu em uma família de corinthianos, jogando com o irmão fanático bola na rua. Seu pai sonhava em ter um filho jogador de futebol, mas foi ela quem foi atrás de seu sonho e do sonho do pai. Aos 13 anos, quando perdeu a mãe, saiu de casa para jogar no SAAD, um clube do interior de São Paulo.
Depois passou por vários clubes, mas via as equipes sendo desmanchadas, o futebol feminino fechando as portas, o atraso do pagamento. “O problema do futebol feminino sempre foi a incerteza”, explica Juliana. Recebeu convites para jogar fora do País e foi para a Suécia e depois aos Estados Unidos. “No exterior é completamente diferente. Tem infra-estrutura, incentivo, salário em dia”, lembra. A Suécia, inclusive, é onde joga Marta, a melhor jogadora do mundo por dois anos consecutivos. Lá, Marta recebe o equivalente a R$ 120 mil.
Convocada pelas Seleções Brasileiras Sub-17, Sub-20 e principal, Juliana pôde conhecer diversos lugares do mundo defendendo o escudo do País. Hoje, jogando no Corinthians, realiza mais um sonho da família: o de defender a equipe do coração de todos os Cabral.
Para ela, o futebol feminino ainda está atrasado porque falta interesse. “O clube ganha o que com um departamento feminino? Qual é a média de público? Onde não há dinheiro, não há interesse”. Ainda assim, acredita que um dia tudo pode ser mais profissional. “Eu preciso acreditar. Vivo disso, futebol é a minha vida. Tudo o que eu tenho é por conta dele: disciplina, educação, personalidade, caráter. As coisas caminham. A passos curtos, mas caminham.”
A Nação Corinthiana apóia e acredita junto. Vai, Corinthians!
O Campeonato Paulista de Futebol Feminino é o único oficial que ocorre regularmente, desde 2004. Ele é organizado pela Federação Paulista de Futebol e pela Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo do Estado de São Paulo. No ano passado a Confederação Brasileira de Futebol organizou a Copa do Brasil Feminina, mas esse ano não há previsão de que seja feita novamente, segundo a própria CBF.
No Brasil, o futebol feminino recebe quase nenhum investimento, em todos os sentidos. Poucos clubes remuneram suas jogadoras por falta de patrocínio. Um patrocínio não chega a superar os R$ 10 mil e quem recebe ajuda de custo para jogar não ganha mais do que R$ 300. No Corinthians, a idéia é profissionalizar o futebol feminino e torná-lo competitivo, mas para isso seria preciso criar também um calendário de jogos. Depois do Campeonato Paulista, se a CBF não se pronunciar em relação à Copa do Brasil, o que farão as atletas no período sem jogos? “Pensamos em disputar amistosos internacionais e nacionais”, cogita Juliana.
Na televisão, a divulgação é pouca. Nem clube, nem atletas recebem pelo direito de imagem e as partidas são transmitidas pela Rede Vida, canal UHF ou a cabo. “A audiência ainda é pequena se comparada ao futebol masculino, mas a audiência tem aumentado a cada jogo”, garante Luis Carlos Fabrini, narrador e comentarista do canal.
E se a divulgação é pequena nos veículos de imprensa, o que falar do público? “Tirando os parentes das meninas, o número de torcedores chega a 10 ou 15 por partida. É quase zero”, lamenta Juliana. A quantidade ínfima da torcida assusta se pensarmos no tamanho da Nação Corinthiana. Boa parte dos jogos ocorre em um Pacaembu quase totalmente vazio. Nossa casa que lota quando é para prestigiarmos o futebol masculino.
Fica o chamado: está na hora de olharmos para as nossas meninas que estampam no peito o mesmo escudo dos homens. Atletas que levam o nome do nosso Corinthians e que, sem nenhum holofote, estão fazendo um bom trabalho nesse Campeonato Paulista. E que jogam, acima de tudo, por amor à camisa, ao futebol. Porque o dinheiro no Futebol Feminino sempre ficou para escanteio.
Amor ao Timão
Juliana Cabral cresceu em uma família de corinthianos, jogando com o irmão fanático bola na rua. Seu pai sonhava em ter um filho jogador de futebol, mas foi ela quem foi atrás de seu sonho e do sonho do pai. Aos 13 anos, quando perdeu a mãe, saiu de casa para jogar no SAAD, um clube do interior de São Paulo.
Depois passou por vários clubes, mas via as equipes sendo desmanchadas, o futebol feminino fechando as portas, o atraso do pagamento. “O problema do futebol feminino sempre foi a incerteza”, explica Juliana. Recebeu convites para jogar fora do País e foi para a Suécia e depois aos Estados Unidos. “No exterior é completamente diferente. Tem infra-estrutura, incentivo, salário em dia”, lembra. A Suécia, inclusive, é onde joga Marta, a melhor jogadora do mundo por dois anos consecutivos. Lá, Marta recebe o equivalente a R$ 120 mil.
Convocada pelas Seleções Brasileiras Sub-17, Sub-20 e principal, Juliana pôde conhecer diversos lugares do mundo defendendo o escudo do País. Hoje, jogando no Corinthians, realiza mais um sonho da família: o de defender a equipe do coração de todos os Cabral.
Para ela, o futebol feminino ainda está atrasado porque falta interesse. “O clube ganha o que com um departamento feminino? Qual é a média de público? Onde não há dinheiro, não há interesse”. Ainda assim, acredita que um dia tudo pode ser mais profissional. “Eu preciso acreditar. Vivo disso, futebol é a minha vida. Tudo o que eu tenho é por conta dele: disciplina, educação, personalidade, caráter. As coisas caminham. A passos curtos, mas caminham.”
A Nação Corinthiana apóia e acredita junto. Vai, Corinthians!
Próximos jogos do time feminino do Corinthians no Campeonato Paulista
31/05/2008 10:30 São José EC x Corinthians (Martins Pereira)
07/06/2008 15:00 Corinthians x SE Sorocabana (Paulo Machado de Carvalho)
15/06/2008 15:00 Corinthians x A.C.E.Kurdana (Cotia (Paulo Machado de Carvalho)
22/06/2008 15:00 Paulista x Corinthians (CE Dr Romão de Souza)
28/06/2008 15:00 Corinthians x Juventus (Paulo Machado de Carvalho)
03/08/2008 15:00 Corinthians x Santos (Paulo Machado de Carvalho)
09/08/2008 11:00 São Bernardo FC x Corinthians (Humberto de A. C. Branco - Baetão)
17/08/2008 15:00 Nacional x Corinthians (Nicolau Alayon)
30/08/2008 15:00 Corinthians x São José EC (Paulo Machado de Carvalho)
06/09/2008 15:00 SE Sorocabana x Corinthians (Estrada de Ferro Sorocabana
06/09/2008 15:00 SE Sorocabana x Corinthians (Estrada de Ferro Sorocabana
3 comentários:
Que bom que esse assunto está chegando na pauta deste Informativo!
Eu acompanhei o Timão Feminino em Cotia, no campo do nacional e na Javari, e gostei muito do que vi.
Levei minha filha de três anos, e ela causava alvoroço com os gritos de "VAI CORINTHIANS".
A mulherada joga com RAÇA Corinthiana.
Precisamos levar muitos mais Corinthianos para ver a Mulherada; ELAS MERECEM!!!
E assim o futebol feminino no Brasil, com a grande ajuda que o Corinthians e a Fiel podem e devem oferecer, vai crescer.
Fizemos essa semana um amistoso contra a Universidade do Kansas, e se não fossem algumas falhas (humanas falhas...) poderíamos ter escrito diferente a história do jogo. Porque elas jogam com RAÇA, mas às vezes isso não basta.
Passou da hora de vermos com muito mais seriedade o Futebol Feminino.
VAMO CHEGÁ FAMÍLIA!!!
O jogo do dia 7 será no estádio Antônio Soares de Oliveira, em Guarulhos.
A diretoria tem optado por mandar as partidas lá. Provavelmente os outros jogos também serão.
A Fazendinha está em processo de reformas, o projeto acaba de receber andamento.
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