Lotéricas podem virar bilheteria de futebol

Foi anunciado, na última semana, um acordo entre a BWA (empresa que comercializa ingressos) e a Caixa Econômica Federal que fará com que os ingressos para jogos de futebol sejam vendidos em lotéricas. A iniciativa, que visa combater cambistas, deve começar a funcionar no início do ano que vem, durante os campeonatos estaduais.

A idéia é a seguinte: por meio de um cadastro, o torcedor compra um cartão que custará R$ 15 e que será carregado quando ele comprar seu ingresso. Os estádios terão catracas especiais, preparadas com o novo sistema para que esses cartões sejam passados. O cartão será pessoal e instranferível, o que significa que cada pessoa terá de adquirir pessoalmente seu ingresso.

Segundo afirmou Walter Balsimelli Neto, sócio-diretor da BWA, em entrevista divulgada pelo jornal "Folha de s. Paulo", o novo sistema deve melhorar a qualidade do serviço na venda de ingressos. Atualmente, além de disponibilizar poucos posto de venda pela cidade, que funcionam em horários restritos, a BWA também é muito criticada pelo fácil acesso que os cambistas têm a seu sistema de venda e distribuição.

A empresa, ao todo, tem contrato com 16 clubes brasileiros, além da Federação Paulista de Futebol. "Estamos nos mexendo para tentar acabar com o problema da venda de ingressos", declarou o presidente da FPF, Marco Polo del Nero, ainda à "Folha".

O ponto negativo da iniciativa parece ser a taxa que o usuário terá de pagar a cada transação com o cartão: R$ 2,50 (que pode parecer pouco, mas somando vários jogos no mês acaba em uma quantia considerável com relação ao valor do ingresso).

"Esse cartão vai modificar radicalmente a forma de fazer futebol no que diz respeito à linha de atendimento ao torcedor", afirmou José Henrique Marques, superintendente nacional de gestão da Caixa.